Ibama aplica multas em caso de onça-parda abatida em área rural
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou e multou a mulher que, em um ato brutal capturado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais, atirou em uma onça-parda em uma zona rural, no nordeste do país. O animal, uma espécie ameaçada de extinção, foi acuado em uma área rural antes de ser abatido. A caçadora recebeu uma multa de R$ 5 mil por matar o animal silvestre, R$ 3 mil por maus-tratos à onça-parda e outros R$ 12 mil pelos maus-tratos infligidos a quatro cães usados na captura.
O vídeo mostra as cenas de crueldade, a onça-parda, acuada no alto de uma árvore, é abatida com um tiro e, em seguida, atacada pelos cachorros no chão. O caso, que provocou revolta entre ambientalistas e a sociedade civil, destaca um problema recorrente no Brasil: a violência contra a fauna silvestre e a necessidade de punições mais severas.
Segundo o Ibama, a identificação da mulher foi possível graças à colaboração de cidadãos, que usaram canais como o FalaBR para denunciar o crime. A instituição agradeceu às pessoas que contribuíram com informações, permitindo o trabalho da fiscalização. O Ibama também informou que outros envolvidos estão sendo localizados e serão responsabilizados conforme a legislação ambiental.
Um dos principais instrumentos legais citados é a Lei nº 9.605/1998, que define punições para crimes contra a fauna. Entre elas estão:
- Maus-tratos a animais silvestres (artigo 32), com pena de detenção de três meses a um ano;
- Matar espécies silvestres (artigo 29), com pena de seis meses a um ano de detenção;
- Multa de R$ 5 mil por matar a onça-parda, conforme o artigo 24 do Decreto nº 6.514/2008.
Apesar das multas aplicadas, especialistas destacam que as penalidades atuais não refletem a gravidade dos danos causados ao meio ambiente. A morte de uma onça-parda vai além da perda de um único indivíduo; ela representa uma ameça à biodiversidade e ao equilíbrio ecológico. A espécie desempenha um papel crucial nos ecossistemas, controlando populações de outros animais e garantindo a saúde dos habitats onde vive.
Esse episódio também reacende o debate sobre a necessidade de fortalecer as políticas de educação ambiental e aumentar a consciência da população sobre a importância da preservação da fauna. Para que crimes como este deixem de ocorrer, é imprescindível promover uma cultura de respeito ao meio ambiente e assegurar que os infratores enfrentem penalidades proporcionais ao impacto de seus atos.
Ações efetivas de fiscalização, aliadas à participação ativa da sociedade, são essenciais para combater a impunidade e garantir a proteção das espécies ameaçadas. O caso da onça-parda é um chamado à ação para que o Brasil avance em suas políticas ambientais e reafirme seu compromisso com a biodiversidade.