Após deslizamento de terra, Caraguatatuba entra em estado de alerta até fim do PPDC
Após o deslizamento de terra ocorrido em um morro localizado no bairro Cidade Jardim, na tarde de sexta-feira (15), Caraguatatuba entrou em estado de alerta e deve permanecer assim até o final do Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), em 31 de março, ou se houver alterações nas condições climáticas.
A mudança de estado partiu das equipes do Instituto Geológico (IG), e da Defesa Civil do Estado que no último sábado (16) vistoriaram a área e o entorno. Elas ainda definiram perímetros onde serão necessárias interdições total e parcial.
A Coordenadoria da Defesa Civil de Caraguatatuba trabalha na logística para fechar essas áreas e adotar as medidas necessárias para contenção.
Conforme o relatório, embora atenção especial deva ser dada à área quando registrados altos valores de índices pluviométricos para os períodos de 24 horas e acumulados de 72 horas, considera-se importante realizar o monitoramento durante todo o período chuvoso até que se defina a viabilidade de intervenção para remoção ou estabilização da massa mobilizada no evento.
Entre as recomendações emergenciais preliminares estão o monitoramento da evolução dos processos erosivos e feições de instabilidades geotécnicas do talude afetado pelo processo de escorregamento (trincas, movimentação de blocos, degraus de abatimentos; atenção especial à evolução das trincas presentes na parte superior do talude na área do platô).
Também a interdição das edificações situadas a jusante do processo de escorregamento; sinalização adequada na área exposta ao risco, isolando as edificações interditadas e impedindo o acesso de transeuntes ao local; além de promover o redirecionamento das águas superficiais na porção do topo do talude, de forma a evitar a infiltração através da superfície colapsada.
Perfil do escorregamento
Na ocasião do deslizamento de terra, as chuvas acumuladas no município foram de 166 mm em 72 horas, 51 mm em 48 horas e 15 mm em 24 horas. O material atingiu parte do terreno situado aos fundos do comércio da Avenida Ipês. São cerca de 18 metros de altura e 21 de comprimento, perfazendo cerca de 600 metros cúbicos de terra que atingiu dois caminhões e um trator.
A equipe técnica formada pelos geólogos Pedro Simões, Ricardo Vedovello e Márcio Félix, do IG, e o capitão Vagner Martins, cabo Leonardo Maiotti e 1º tenente Tiago Luiz Lourençon, diretor do Núcleo de Análise de Risco da Defesa Civil do Estado, apontou que as porções dos fundos dos imóveis da Avenida Ipê, entre os números 105 e 115 podem ser atingidos por escorregamentos de solo e rocha alterada, além do rolamento de matacões, similares ao ocorrido, uma vez que as condições de terreno e de estabilidade são iguais àquelas observadas no trecho de ocorrência do processo.
No Condomínio Village Itaperubá, situado na Avenida Castello Branco, as equipes do IG e Defesa do Estado confirmaram a avaliação da Defesa Civil de Caraguatatuba que apenas a edificação que ocupa as unidades 30, 31 e 32 encontra-se próxima à base da encosta que apresenta evidências de instabilidade observadas na data da vistoria.
Diante disso, esses locais, mais o campo de futebol do condomínio deverão ser interditados durante o chamado período chuvoso. As outras moradias deverão permanecer sob monitoramento da Defesa Civil durante o período de chuvas, desde que mantidas as condições atuais do talude.