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Entenda como a telemedicina ajuda comunidades isoladas no Brasil

Telerradiologia, teleassistência e outras práticas da telemedicina ampliam o acesso aos serviços de saúde especializados em regiões carentes e isoladas

A telemedicina é uma prática que visa a prestação de serviços e atendimentos em saúde por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), sendo regulamentada no Brasil desde 2002.

No Brasil, um País de proporções continentais, a telemedicina contribui principalmente no acesso e universalização da saúde, especialmente para comunidades isoladas.

Uma das características da radiologia no Brasil é a distribuição desigual de profissionais. O sudeste, por exemplo, concentra 53,5% dos radiologistas, enquanto a região norte apenas 3,3%, de acordo com levantamento do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).

Outro aspecto dessa distribuição, é que os radiologistas concentram-se em áreas metropolitanas e litorâneas, o que dificulta o acesso em comunidades isoladas, interioranas e rurais.

Benefícios da telemedicina para comunidades isoladas

Considerando os desafios do cenário da distribuição de profissionais de saúde no Brasil, tanto na radiologia como em outras especialidades, a telemedicina ganha centralidade.

Existem diversas vantagens do suporte de saúde a distância que beneficia comunidades carentes e isoladas e, também, os profissionais da área.

Consultas a distância

Um primeiro benefício da telemedicina é que, desde 2020, passou a ser regulamentada no Brasil a realização de consultas médicas a distância, a chamada teleassistência.

Esse tipo de serviço médico é fundamental para o acesso às consultas para populações isoladas, como as comunidades ribeirinhas e indígenas; em áreas afastadas, como o sertão, e mesmo para profissionais de plataformas marítimas.

Um dos exemplos é a implementação dos serviços de telemedicina no Amazonas, conectando Unidades Básicas de Saúde que atendem comunidades ribeirinhas e indígenas com o núcleo especializado da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Ainda que a consulta a distância tenha limitações, consiste em um recurso importante para um primeiro atendimento e, também, para o acompanhamento do estado do paciente.

O monitoramento subsequente ao diagnóstico e tratamento é fundamental para a preservação da saúde do paciente. A teleassistência permite um acompanhamento próximo, com informações clínicas relevantes, como sinais vitais e hábitos de vida.

Teleducação

Outro uso da telemedicina é a teleducação, que consiste na promoção de atividades formativas e de qualificação utilizando as tecnologias da informação.

Nesses casos, os principais beneficiados são os profissionais de saúde que podem realizar cursos, treinamentos e workshops por meio da internet, além de participar de eventos como palestras e congressos.

Dessa forma, mesmo locais sem infraestrutura para fornecer atividades de formação aos profissionais podem contar com uma qualificação atualizada, acompanhando as principais novidades da área médica.

Por extensão, a teleducação também beneficia os pacientes atendidos nesses locais isolados devido à melhor capacitação dos profissionais.

Segunda opinião médica

É comum que as comunidades isoladas e com menor infraestrutura contem primordialmente com médicos generalistas, como o clínico geral, que poderá contribuir nas diversas demandas de saúde dos pacientes.

Dessa forma, é uma vantagem da telemedicina a possibilidade de uma segunda opinião médica para que profissionais da localidade tenham contato com especialistas que moram em outras regiões.

Tal opção contribui no diagnóstico de condições específicas, além de permitir a definição de uma estratégia de tratamento mais exitosa ao considerar as demandas particulares do caso. 

Telerradiologia

Outra contribuição da telemedicina às comunidades isoladas do Brasil é a telerradiologia, que consiste na emissão de laudos radiológicos a distância.

Muitas comunidades, com pouca infraestrutura e isoladas, por vezes até dispõem de equipamentos radiológicos, no entanto não contam com mão de obra local especializada.

Dessa forma, por meio da telerradiologia, é possível que exames radiológicos realizados localmente sejam analisados por um especialista em outras regiões do País.

Na telerradiologia, o exame é realizado no local e enviado por um sistema digital à prestadora de serviço especializada que faz a interpretação dos resultados e emissão do laudo, enviando-o de volta pela mesma plataforma.

O serviço reduz a necessidade de deslocamentos de pacientes de comunidades isoladas para grandes centros urbanos, o que aumenta as filas de espera, atrasa os diagnósticos e compromete o acesso aos serviços de saúde.

A telerradiologia, além de beneficiar as comunidades isoladas, ainda pode ser usada por cidades menores do interior que não contam com especialistas locais ou mesmo para que pacientes de uma região do País sejam atendidos em centros de referência da especialidade.

Portanto, a telemedicina é uma prática que favorece a universalização do acesso à saúde de qualidade no Brasil, contribuindo na superação de barreiras e de desafios geográficos por meio da telerradiologia, teleconsulta, teleassistência e teleducação.

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