Alunos de escola municipal participam de palestra sobre combate à violência sexual na Campanha Maio Laranja
Prevenção e diálogo são ferramentas imprescindíveis para combater a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Os números assustam: a cada hora, três crianças são abusadas no país. Os dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que sugerem que somente 7,5% dos dados cheguem a ser denunciados às autoridades, ou seja, os números na verdade são muito maiores.
A violência sexual na infância e puberdade traz consequências profundas à vítima, com efeitos que atrapalham o pleno desenvolvimento das crianças e adolescentes e podem se estender durante toda uma vida.
Dentro das ações do Maio Laranja, campanha nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, oficialmente instituída pela Lei nº 14.432/2022, a Secretaria de Assistência Social em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Caraguatatuba, promoveram um bate-papo sobre o assunto com os alunos do 9º ano da EMEF Professor Antônio de Freitas Aguilar, quarta-feira (14).
A psicóloga Mariana Cestari (Social) e as assistentes sociais, Ana Lúcia Viana (Social) e Zenólia Rodrigues Joaquim (Educação) conversaram com os adolescentes sobre o que é e o funcionamento do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Também sobre os tipos de violência – sexual, psicológica, física; casos reais; assédio e perseguição nas redes sociais; respeito ao próprio corpo; como denunciar, na própria escola, pelo Disque 100, que é totalmente sigiloso, no CREAS e Conselho Tutelar e como surgiu a Campanha Maio Laranja (Caso Araceli).
A diretora, Sandra Medeiros, a vice-diretora, Elaine Albrecht e o supervisor da unidade escolar, Diego dos Santos, também chamaram atenção sobre o assunto com exemplos e se colocaram à disposição de todos os estudantes para acolhê-los e orientá-los em caso de denúncia.
A aluna Sophia Santana Franco, 14 anos, disse que nunca foi vítima ou presenciou ou teve ciência de casos próximos de violência sexual, somente por meio de histórias divulgadas na internet.
“Acredito que esse é um assunto que realmente deva ser amplamente divulgado e debatido nas escolas, com frequência, para várias faixas etárias”, afirmou.
O colega Luiz Felipe Santos Pinheiro, 15 anos, acrescentou: “Muita gente não sabe como lidar com a situação e como denunciá-la. Essas informações passadas nesse bate-papo foram muito importantes para trazer esses canais de denúncia”.
Maio Laranja
A Campanha Maio Laranja foi criada com o objetivo de alertar a sociedade e promover ações de prevenção e combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. A data de 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-Juvenil, já existia desde 2000, e foi escolhida em memória de menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo. A menina de 8 anos foi raptada, abusada sexualmente e morta com requintes de crueldade, em Vitória (ES), em 1973. Os abusadores, pertencentes a uma família influente no estado capixaba, não foram presos ou punidos pelo crime.