Nesta quinta-feira, uma área de baixa pressão ao longo da costa do Rio de Janeiro traz ameaça de chuvas intensas para o Sudeste do Brasil, com potencial de se transformar em um ciclone atípico nos dias seguintes, conforme alerta da MetSul Meteorologia. Embora não se trate de uma baixa pressão profunda, a convergência de umidade do oceano pode resultar em precipitações fortes.
Os modelos numéricos indicam um risco maior de chuvas intensas desde quarta-feira em pontos do Litoral de São Paulo, especialmente no Litoral Norte, e em áreas do estado do Rio de Janeiro, sobretudo no Litoral Sul (Costa Verde), na Serra e na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro.
O aumento da umidade e da instabilidade atmosférica também pode contribuir para chuvas localmente intensas e o risco de temporais em regiões mais afastadas da costa, como no interior de São Paulo e no estado de Minas Gerais. Ocorrências de chuvas localizadas e fortes podem provocar alagamentos, inundações repentinas e representar riscos geológicos, como deslizamentos de terra. Em áreas costeiras, o relevo pode aumentar o risco de volumes extremos devido à chuva.
É crucial destacar que esta área de baixa pressão não é profundamente desenvolvida, e, portanto, não são esperados ventos intensos, como em um ciclone maduro e estabelecido. Podem ocorrer rajadas de vento, variando de 50 km/h a 70 km/h, entre o Litoral Norte de São Paulo e a costa fluminense. A maior preocupação recai sobre o risco de chuvas fortes a intensas.
A tendência, conforme interpretação dos dados dos modelos, é que o centro de baixa pressão se intensifique, adquirindo características de ciclone no final desta semana e durante o fim de semana, aprofundando-se mais no domingo (18) e na segunda-feira (19) à medida que avança para Sul-Sudoeste em alto-mar, a uma grande distância da costa. Caso a baixa pressão se separe da frente fria, o sistema pode adquirir condições de ciclone atípico, assumindo a forma de um sistema subtropical. Nesse cenário, com ventos sustentados acima de 60 km/h, conforme as projeções dos modelos, seria classificado como uma tempestade em mar aberto.
O eventual ciclone seria então uma tempestade tropical, recebendo o nome oficial da Marinha do Brasil como a tempestade subtropical Akará, uma referência à espécie de peixe em Tupi antigo. Vale ressaltar que a lista oficial de ciclones atípicos do Brasil adota há muitos anos palavras de idiomas dos povos originários (indígenas).