A Secretaria de Saúde de Caraguatatuba reuniu na manhã desta segunda-feira (19), diversos profissionais envolvidos no combate e prevenção da Febre Maculosa, que vem sendo falada nos últimos dias.
Participaram os secretários de Saúde, Gustavo Boher; de Turismo, Maria Fernanda Galter Reis; de Serviços Públicos, Marcelo Pereira; a secretária adjunta de saúde, Derci Andolfo, e o de Meio Ambiente, João Silva de Paula Ferreira, além de profissionais da Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiologica, Unidades de Pronto Atendimento, Unidades Básicas de Saúde, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e o gestor do Parque Estadual em Caraguatatuba, Miguel Nema Neto.
Segundo o secretário de Saúde, a ideia é reforçar aos profissionais que atuam na linha de frente para ficar em alerta com qualquer sintoma apresentado que se pareça com o da Febre Maculosa.
“A informação será repassada aos profissionais da atenção básica e da urgência e emergência para que tenham um olhar mais cauteloso e investiguem se o paciente esteve em contato com locais de risco. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura são grandes”, destacou o secretário.
O veterinário e coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Guilherme Garrido, explicou sobre a transmissão, que é causada pela bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato infectado ou pelo contato direto com as bactérias do parasita esmagado em lesões da pele.
Guilherme destacou que a doença não é comum na região litorânea, sendo o último caso registrado em 2016, de forma branda. “A doença é bastante distinta, com apresentação clínica menos violenta que a observada nos outros casos de febre maculosa brasileira e pode evoluir para cura mesmo sem tratamento”, explicou.
A médica sanitarista da Vigilância Epidemiológica, Érica Tessari Lanzilo, apresentou sobre os sintomas que podem aparecer de dois a 14 dias, como: febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, mal estar, diarreia e, após alguns dias, manchas avermelhadas pelo corpo. “Se o paciente demora a iniciar o tratamento adequado, a doença evolui para hemorragias e vômitos e pode levar ao óbito. Por isso, a importância do exame clínico para detectar de início a Febre Maculosa”, disse.
Também foi acordado sobre a instalação de placas nos locais de risco e maior divulgação sobre o assunto nas unidades de saúde.
A doença acomete pessoas que tiveram contato com o carrapato-estrela infectado pela bactéria em áreas com vegetação, com presença de água (margens de lagos, rios e córregos) e com a presença de animais que servem como hospedeiros para o carrapato.
A picada do carrapato-estrela pode passar despercebida, portanto se frequentou estas áreas é necessário atenção ao desenvolvimento de sintomas. Os animais raramente manifestam a doença, porém podem carregar os carrapatos infectados com a bactéria que causa a doença em humanos.
Para que a transmissão da febre maculosa ocorra, o carrapato infectado deve ficar aderido à pele por mais de quatro horas. Este é o tempo mínimo estimado para que o carrapato possa introduzir as bactérias.
Caso surja algum sintoma procure por atendimento médico o quanto antes e informe se teve situações de risco de exposição a carrapatos. Há tratamento disponível para a doença no SUS.
Em áreas de risco, utilize roupas que cubram todo o corpo, como calças, blusas ou camisetas com mangas compridas e sapatos fechados. Dê preferência às cores claras, assim, os carrapatos são vistos com mais facilidade.
Uso de repelente também é recomendado como medida de proteção. Examine o corpo com frequência, pois quanto mais rápidos forem retirados, menores as chances de infecções.
O que fazer quando encontrar em qualquer parte do corpo? Tente retirá-lo com uma pinça fazendo leves torções. Após isso, recomenda-se eliminá-lo com o uso de água quente, por exemplo. Não esmague, não esprema, não queime e nem espete com objetos pontiagudos. As bactérias podem ser liberadas e infectar o corpo.
O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior, preocupado com a situação, reforçou aos profissionais que tomassem medidas preventivas. “A cidade segue sem nenhum caso suspeito, mas é importante todos estarem em alerta sobre a prevenção e atenção a possíveis sintomas”, destacou.
Foto: Divulgação/PMC