Celebrando a Semana da Consciência Negra no município, a Prefeitura de São Sebastião, por meio da Fundação Educacional e Cultural “Deodato Sant’Anna” (Fundass) em parceria com a Comunidade Negra Iadalin, apresenta as exposições “A pele que me veste de Rainha” e “Caixa Preta”.
Nos dias 19, 20 e 21, das 17h às 23h, integrando a programação do evento São Sebastião Preta, a Rua da Praia recebe a exposição “A pele que me veste de Rainha”, por Swell Nóbrega.
A mostra é composta por 19 registros fotográficos e foi criada devido à forte conexão da artista com a sua ancestralidade, observando o espaço em que as mulheres pretas ocupam na sociedade, principalmente na praia de Maresias, na Costa Sul da cidade, bairro onde a fotógrafa reside.
Para Swell Nóbrega, a maioria das mulheres fotografadas, na maior parte do tempo, ocupam espaços de servir e a ideia do ensaio é trazê-las para o centro de tudo, para que possam ter um novo olhar sobre seus próprios corpos.
Exposição “Caixa Preta”
A exposição “Caixa Preta” pode ser visitada a partir desta sexta-feira (19), na Casa da Cultura, no Centro Histórico do município.
Dividida em três ambientes, a primeira sala será composta por peças extraídas do Sítio Arqueológico do bairro São Francisco, como fragmentos de porcelana, cerâmica e objetos do século XVIII e início do século XIX. A exposição também conta com textos explicativos sobre o trabalho escravo em São Sebastião, a partir da pesquisa realizada pela historiadora Fernanda Palumbo, com base em documentos do Arquivo Histórico Municipal.
A segunda sala apresenta a Congada de São Benedito do Bairro de São Francisco, seu vestuário, adereços, instrumentos musicais e imagem de São Benedito, além de ilustrações retiradas do Livro “Folclore do Litoral Norte de São Paulo”, de Rossini Tavares de Lima. Considerada uma manifestação popular afro brasileira, a Congada é uma expressão cultural religiosa que envolve o canto, a dança, o teatro e espiritualidades cristã e de matriz africana, remetendo à época das Cruzadas.
A terceira sala exibe o curta metragem “Gilda Brasileiro – Contra o Esquecimento”. O filme trata sobre a escravização do século XIX ao XXI, onde a professora de química carioca Gilda Brasileiro descobre uma estrada clandestina usada por traficantes de escravos no século XIX. O espaço também conta com diversos registros fotográficos de personalidades pretas da cidade, exaltando a influência africana no cotidiano do povo sebastianense em diversos temas.
A exposição Caixa Preta tem o intuito de relembrar a importância de refletir sobre a posição dos negros na sociedade e valorizar a influência da cultura africana na vida dos caiçaras, podendo ser visitada até o dia 5 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, das 14h às 18h.