Em um dia de tempo bom, mas pouco vento, os veleiros tiveram que aguardar cerca de duas horas para darem a largada para a segunda regata da 48ª Semana de Vela de Ilhabela, maior evento de Vela de Oceano da América do Sul. São 81 barcos na disputa.
Com cerca de sete nós e ventos que melhoraram chegando aos 10, 12 nós, o barco do Pier 27, do Guarujá (SP), o Bravo, desbancou os favoritos e venceu no tempo corrigido chegando 34s a frente do capixaba, do Iate Clube do Espírito Santo, o +Bravíssimo. O Phytoervas-4Z terminou em terceiro, dois segundos atrás. O Fita Azul, ou seja, que cruzou a linha de chegada em primeiro, foi o Phoenix, mas no tempo corrigido ficou na sétima colocação.
Jorge Berdasco, comandante do veleiro Bravo, se surpreendeu com o resultado: “Foi maravilhoso. Andamos bem, vento pro nosso barco, muito feliz, não era esperado. Acho que pegamos 12 nós no máximo, mar liso, pra gente é muito favorável, conseguimos ganhar no geral, o que é muito bom pra gente”, disse Berdasco.
Luciano Secchin ainda não sabia o resultado final, mas o feeling dele estava correto quanto ao bom desempenho do +Bravíssimo: “Vento não firmava, saímos com vento noroeste que não firma, depois sul, esse negócio da frente fria querer entrar , conseguimos firmar com um Leste e fizemos uma regata boa. Não foi genial, mas parece que foi bom, mas pelo feeling o resultado foi bom sim”, disse o comandante que traz sua equipe pelo quarto vez seguida.
Com o resultado, após duas regatas realizadas, o +Bravíssimo empatou na liderança com o barco de Ilhabela, o Xamã, que nesta terça-feira com o quinto lugar. Os dois estão com seis pontos perdidos, apenas dois a frente do barco santista Rudá, do Clube Internacional de Regatas.
Eduardo Souza Ramos, do Phoenix, barco mais moderno do país, um Botin 44, destacou a evolução na competição que marca a estreia do veleiro: “Foi muito bem ,regata foi boa, tivemos uma boa largada, vento foi apertando um pouco o que dpá vantagem pros barcos que vem mais atrás. Foi ótima regata e bom divertimento. Lentamente estamos nos adaptando, leva tempo e vamos lá.
Depois dos primeiros dias de sol, a 48ª Semana de Vela de Ilhabela promete desafios maiores nesta quarta-feira com a entrada de uma frente fria que chega já na noite desta terça-feira para Ilhabela.
“Prova de resistência, vamos velejar em segurança para terminar a regata, é sobrevivência, não tem muito o que fazer, nosso barco é o menor da classe então visamos segurança da tripulação e do equipamento”, disse Berdasco. Eduardo Souza Ramos, seguiu: “Amanhã será água na cabeça, mas vamos lá”.
Secchin aponta os preparativos: “Precisamos comer o que está no prato, se tiver segurança suficiente para fazer a regata. Pessoal da Comissão de Regata é super experiente, se tiver regata não temos que ficar escolhendo. Para esse tipo de condição nós mudamos a regulagem do barco, tensiona mais o estaimento dos cabos de aço que sustentam o mastro, mudamos as velas para vento forte, roupa de frio”.
Clássicos
Um barco quase centenário com 95 pés e 90 toneladas segue na disputa pelo título nos Clássicos. Kameha Meha segue na liderança com duas vitórias nas duas regatas e o Atrevida, barco de 1923 e de Ilhabela, vem em segundo lugar.
Átila Bohm destaca as dificuldades em navegar no veleiro de 95 pés e 90 toneladas: “Barco muito diferente dos outros. Quando a gente quer que ele não ande, ele anda muito e do contrário ele não anda (risos). Ele desloca a 90 toneladas, é um barco diferente da maioria da flotilha que tem 15 toneladas no máximo. Sempre é difícil, principalmente nas largadas, mas hoje foi bem interessante, o Cuca Sodré posicionou bem a regata , teve a sorte de pegar uma regata boa do lado esquerdo, fomos rápido.
Na classe BRA-RGS, a liderança está com o Aloha que venceu no domingo e hoje ficou em sexto. O Bravo, vencedor nesta terça, está em segundo apena um ponto perdido atrás e está empatado com o Zeus. A disputa promete nos próximos dias com o Iguinho da Mamãe em quarto com apenas dez pontos perdidos e o +Bakkanna em quinto com 12. Catorze barcos estão na disputa na classe.
No Mini Transat, o Jacaré pulou para a liderança com a vitória ultrapassando o Bloody Bones. O Daddy-O é o terceiro colocado. No Bico de Proa, o Super Bakann, do Ubatuba Iate Clube, venceu a regata e pulou para a ponta deixando o BL3 Mangalo em segundo e o Susso em terceiro. São 17 barcos na disputa. Nos Multicascos o Maré XX venceu a segunda regata seguida e lidera com o Reforça D4 em segundo e o Stress em terceiro.
Confira os resultados finais e o geral no site do evento – https://www.sivilhabela.com.br/resultados/resultados-presencial/
Fotos: Edu Grigaits/Balaio de Ideias